Artigo
PRINCÍPIOS, VALORES, CARÁTER E ÉTICA
No mês de setembro, o Jornal Nacional celebrou os seus 50 anos. Como parte das comemorações, vários jornalistas das redes de emissoras afiliadas estão participando da bancada do Jornal Nacional aos sábados. No dia 14, fizeram parte da bancado os jornalistas Luana Borba, do Amazonas, e Sandro Dalpícolo, do Paraná, que trabalha, especificamente, na RPC em Curitiba.
Acompanhamos com atenção aos dias que antecederam e os paranaenses (e agregados como eu) fizeram uma torcida muito grande para que o jornalista fosse bem- sucedido em sua missão. Acabamos descobrindo que sua escolha foi por sorteio, pois outros ancoras do jornalismo da RPC também disputaram esta oportunidade. Se sincero ou não, percebemos todos os ancoras apoiando esta oportunidade e reconhecendo em Sandro a representatividade da categoria profissional no Paraná e também do povo paranaense.
No dia 16, no Jornal do Meio-Dia Paraná, fizeram uma reportagem com Sandro Dalpículo e mostraram, de surpresa, vídeos de pessoas próximas ao jornalista, parabenizando e expressando seus sentimentos por sua pessoa. Impressionou-me o vídeo de seu filho, ainda jovem (não guardei o nome dele), embora já um homem feito. Ele disse: “Tenho orgulho do senhor, você me ensinou que vale a pena ser honesto, vale a pena fazer as coisas da maneira certa!”. Sem entrar no mérito da consciência ética de cada indivíduo, como é bom ver o testemunho de um filho em relação ao seu pai.
Nós, cristãos, somos portadores de uma mensagem que transforma o ser humano pecador. Que traz luz para sua escuridão espiritual. Apregoamos um comportamento de caráter e ética impecáveis. Somos portadores de princípios eternos que não podem ser negociados. Inclusive, ilustrando essa verdade, lembremos que nossa coletânea de regra e fé, baseada nas Escrituras, é chamada, com respeito, de Princípios da Nossa Fé!
Mas, vamos refletir sobre esse tema. Com sinceridade e sem atirar a primeira pedra a ninguém, acredito que sempre podemos melhorar e mudar a direção quando percebermos que estamos incorrendo em algum erro de princípio. E, na verdade, como erramos! O apóstolo Paulo diz, escrevendo aos cristãos em Roma: “Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Miserável homem que eu sou!” (Rm 7. 19-24 – Não o texto literal).
Segue uma relação de fatos que tenho presenciado ao longo do ministério e no contato com colegas em nossa denominação e fora dela. Vamos denominar como líderes neste texto.
1. Líderes que ensinam o dízimo em suas comunidades e não praticam com a denominação (geralmente, usam a desculpa de que a culpa é do tesoureiro que não faz o repasse).
2. Líderes que fazem compras com seus fornecedores e não pagam.
3. Líderes que mudam de igreja no ministério e deixam dívidas para trás. Outros assumem uma nova igreja e não pagam as dívidas porque foram feitas pelo colega anterior.
4. Líderes que não cumprem a agenda. Que prometem uma coisa e fazem outra.
5. Líderes que “afundam” a igreja que trabalham, mas não entregam o pastorado de jeito nenhum.
6. Líderes que fazem na igreja uma hierarquia familiar, passando o comando de pai para filho e assim por diante (se isso for um agir do Espírito Santo com a anuência verdadeira da igreja, aí tem validade).
7. Líderes que quando a situação financeira da igreja aperta, o primeiro corte que fazem é com a obra missionária.
8. Líderes que formaram seu casamento no alicerce do adultério, mas que recebem aplausos e elogios de seus seguidores, de seus conhecidos. Estão sempre nas redes sociais apresentando suas obras.
9. Líderes mentirosos. Suas ovelhas não acreditam mais nele e a prova disso é o constante deserdar das ovelhas para outros apriscos.
10. Líderes interesseiros. Suas ações e amizades são sempre pautadas no interesse. Agradam aqui para receberem algo em troca amanhã.
11. Líderes que nem seus familiares dão bom testemunho de sua pessoa.
Paulo recomenda a Tito: “Por ser encarregado da obra de Deus, é necessário que o bispo seja irrepreensível: não orgulhoso, não briguento, não apegado ao vinho, não violento, nem ávido por lucro desonesto. Ao contrário, é preciso que ele seja hospitaleiro, amigo do bem, sensato, justo, consagrado, tenha domínio próprio e apegue-se firmemente à mensagem fiel, da maneira como foi ensinada, para que seja capaz de encorajar outros pela sã doutrina e de refutar os que se opõem a ela. Pois há muitos insubordinados, que não passam de faladores e enganadores, especialmente os do grupo da circuncisão. É necessário que eles sejam silenciados, pois estão arruinando famílias inteiras, ensinando coisas que não devem, e tudo por ganância. Um dos seus próprios profetas chegou a dizer: ‘Cretenses, sempre men9rosos, feras malignas, glutões preguiçosos’” (Tt 1.7-12).
Na verdade, irmãos, é com tristeza que escrevo estas linhas. Também com temor e tremor. Nosso desejo, como UMBI, é que nenhum colega negocie seus princípios e valores, sua ética e caráter, porque não podemos enganar ao Senhor Deus e um dia haveremos de prestar contas. Que Deus nos ajude! Amém!