“CRISE” ESCATOLÓGICA

A escatologia “doutrina das últimas coisas” deve fazer parte do estudo bíblico que cada pastor Batista Independente ministra ao seu rebanho. Respeitando as diferenças doutrinárias entre denominações e aspectos figurativos, a essência da doutrina deve ser preservada.

Temas como: A volta de Jesus; arrebatamento e ressurreição; o juízo divino; o milênio; a grande tribulação, etc., permeiam o mundo escatológico.

De fato Jesus deixa claro que não devemos devagar demais a respeito das datas destes acontecimentos, se bem que Mt.24 deixa claro que muitas palavras ditas pelo Senhor Jesus registradas neste capítulo tinham seu cumprimento ainda naquela geração. Como a destruição do templo em Jerusalém que aconteceu no ano 70 da era cristã (Com a derrota da Grande Revolta Judaica contra o domínio romano, em 70, Jerusalém foi tomada pelas forças do comandante romano, Tito. Outra vez, as muralhas e o templo de Iahweh (que o rei Herodes, o Grande, ampliara e embelezara, tornando-o portentoso) foram destruídos, e o resto da cidade voltou a ficar em ruínas) Fonte Wikipédia, a enciclopédia livre.

Vejamos alguns aspectos da escatologia bíblica na antigo e novo testamento:

1. O “S H E O L”

Esta palavra, muito comum em edições antigas da Bíblia, tem sido erroneamente traduzida por inferno. Significa o “mundo dos mortos”, isto é, o lugar além do sepulcro, para onde vão os mortos, quando deixam os corpos na sepultura. Nota: Na língua do Antigo Testamento (Hebraico), os corpos dos que morrem, são levados para o “QUEBER” = sepultura, onde apodrecerão e serão comidos pelos vermes. As almas (= espíritos) vão para o “Sheol”, traduzido nas versões mais recentes por “Além”, onde há uma espécie de existência consciente (Gn 15.15; Is 14.9-11; Ez 32.17-32). No Novo Testamento, o equivalente de “Sheol” é “Hades”.

A razão da pouca esperança dos antigos é que a Revelação Divina não estava completa. Foi o Senhor Jesus quem trouxe a plena luz (Jo 1.4,9).

2. Ressurreição

Havia, no entanto a discreta esperança de uma possível ressurreição futura, esperança que se acentuava com o decorrer dos anos (Dt 3.39; Jó 19.25-27; Is 26.19; Dn 12.2; Jo 11.24).

B. A morte no Novo Testamento

 

(Fonte: Curso Médio em Teologia STBIPAR - Apostila de Teologia Sistemática

 

II - Capítulo sobre escatologia.)   

Agora, o panorama muda! A morte não é mais o vale sombrio do Salmo 23. Apresenta-se Jesus: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8.12). “Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna... passou da morte para a vida” (Jo 5.24). Em Lucas 16.19-31 o Senhor levanta um pouco o véu do além e nos permite enxergar do outro lado.

1. Os Ímpios

O rico, que não dera ouvidos à Palavra de Deus (Moisés e os Profetas), abre seus olhos num lugar de tormento e numa situação de desespero irremediável.

2. Os Justos

Lázaro que, subentendido, acatara a Palavra de Deus, deixa o corpo recebido pelos anjos, sendo por eles conduzido ao “Seio de Abraão”, termo judaico que designa o Paraíso (Lc 23.43; II Co 12.3,4).

C. Considerações Sobre Lc. 16 - 19 - 31

1. Embora se costume chamar “parábola” a este trecho, o texto não diz que seja uma parábola. Jesus afirmou: “Havia um homem, etc.”. Em parábolas não constam nomes próprios e, aqui, Jesus identifica um dos personagens (Lázaro), o que leva a crer que o Senhor apresenta algo realmente acontecido. Mas ainda que fosse uma parábola, seria, necessariamente, verossímil, pois o Senhor jamais ilustraria verdades tão importantes com fábulas que ensejasse sem interpretações que Ele não quisesse dar.

2. A morte nivela todos. Ricos e miseráveis a ela sucumbem igualmente.

3. O nível social nesta vida, nada diz do destino eterno que aguarda o ser humano.

4. Santos e ímpios estarão definitivamente separados – em caráter irreversível.

5. O gozo do salvo será imperturbável e o tormento do ímpio sem alívio.

6. Os mortos não voltam para falar do além. Nem espiritismo, nem intercessão dos “santos”. A verdade final é a Palavra de Deus. Quem a recebe será por ela justificado e quem a rejeita pela mesma será condenado (Jo 12.44- 49).

7. Ambos os lugares são transitórios. Tanto justos como ímpios ressuscitarão, para que cada um receba em corpo, o que por meio do corpo semearam (2 Co 5.10).

8. Este “estado intermediário” nada tem a ver com “purgatório”, um suposto lugar onde os pecados leves (veniais) seriam purgados através de sofrimentos, que poderiam ser abreviados por meio de missas. Aqui o destino final de cada um já está selado mediante a aceitação ou rejeição do Evangelho durante a vida terrena.

II. DEPOIS DA MORTE

No plano profético o próximo grande acontecimento que afetará o mundo inteiro é a volta de nosso Senhor Jesus Cristo, volta esta permeada por uma série de fatos que analisaremos brevemente nesta última lição desta apostila, que fará, ainda, menção do Milênio e da Eternidade.

Jesus assegurou: “Vou preparar-vos lugar; e quando eu for e vos repara lugar, voltarei...” (Jo 14.3). Os anjos confirmaram: “Esse mesmo Jesus... há de voltar, como para o céu o vistes ir” (At 1.11). O retorno do Senhor terá dois aspectos: Sua manifestação aos seus (Hb 9.28b) e sua plena revelação ao mundo, quando “todo olho o verá” (Ap 1.7).

A. O Arrebatamento da Igreja

Nesta primeira etapa de sua volta à Terra, apenas os salvos serão diretamente afetados, tanto os vivos, como os mortos.

1. A Ressurreição dos Salvos

Quando a trombeta do Arcanjo (Miguel?) ecoar, no momento certo e já determinado pelo Pai, num átimo( instante, repente) de tempo, os salvos que tiverem morrido até então, cujos corpos estiverem até desfeitos no pó, e cujos espíritos estiverem descansando no “seio de Abraão” (Lc 16.22), ressuscitarão em novos e incorruptíveis corpos imortais (1 Co 15.35-54), para participarem do arrebatamento, paralelamente à subida dos vivos.

2. A Transformação dos Santos

Mal estão ressuscitando os santos – e aqui convém lembrar que o Senhor nos chamou para a santidade (I Ts 4.3) e que sem a santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14) – serão instantaneamente transformados (I Co 15.51 e 52; I Ts 4.16,17).

Ato contínuo, os ressurretos e os transformados – a totalidade da Noiva, a Igreja – subirá, num piscar de olhos, a encontrar-se com o Senhor nos ares, para estar definitivamente com Ele.

B. O Destino dos Salvos

O arrebatamento será o último acontecimento da existência terrena dos salvos. Abertas as portas do além, terá chegado a hora da verdade, quando compareceremos perante o ...

1. O Tribunal de Cristo

Embora “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1), o fato é que “cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus” (Rm 14.2): “Porque todos devemos comparecer ante o Tribunal de Cristo, para que cada um receba o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (2 Co 5.10).

Os antigos “réus” já terão sido absolvidos de suas culpas, mediante o “sangue do Cordeiro”. Não haverá condenação. Todos, lá, serão salvos. Mas suas obras, seus feitos em vida, serão avaliadas pelo “Justo Juiz”. O que aqui construímos e comparado a “ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha; a obra de cada um se manifestará... pelo fogo será descoberta e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra... permanecer, esse receberá galardão... se se queimar, sofrerá detrimento, mas o tal será salvo, como pelofogo” (1 Co 3.11-15).

Ouro, prata, pedras preciosas é o que foi feito – que está sendo feito na orientação do Espírito Santo e na motivação do amor de Deus; madeira, feno, palha, são as obras realizada na vontade da carne e com motivos egoístas e ambiciosos.

2. As Bodas do Cordeiro

Depois da “colação de grau”, conferidas as justas retribuições a cada salvo, ocorrerá a maior e a mais gloriosa celebração jamais imaginada (ver 1 Co 1.9).

“Muitas vezes estando aqui, Jesus prometeu apresentar os seus fiéis ao Pai e confessá-los diante do Pai (Mt 10.32; Lc 12,8). Ele mandou escrever à Igreja: “Aquele que vencer... Confessarei o seu nome diante do meu Pai” (Ap 3.5). Com as bodas do Cordeiro haverá chegado esse momento... Os santíssimos olhos de Todo - poderoso contemplarão os salvos, todos eles ex- pecadores, mas agora irrepreensíveis e santos (Cl 1.22; 1 Ts 3.13), sem maculou, nem ruga, nem coisa semelhante (Ef 5.27). Por isso com alegria os apresenta diante da glória do Pai (Jd 24)... Depois da grande festa ela (a Igreja), é chamada “esposa do Cordeiro”(Ap 21.9) [Bergstén].

Em termos teremos este período deverá durar sete anos, embora no céu será como um único dia de esplendor sem fim.

C. Ocorrências na Terra

Enquanto os salvos desfrutam da indizível glória de Deus, os que aqui ficarem irão colher o amargo fruto da Nova Era, que alcançará seu apogeu.

1. Apostasia (Abandono da verdadeira fé).

“Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia...” (II Ts 2.3). “O Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios.” (1 Tm 4.1). Então se manifestará...

2. O Anticristo

“O homem do pecado, o filho da perdição; o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no Templo de Deus, querendo parecer Deus... esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder e sinais e prodígios de mentira...” (II Ts 2). Em seguida começará...

3. A Grande Tribulação

Aí se evidenciará amplamente o governo iníquo, mas inicialmente próspero do Anticristo; o “tempo de angústia para Jacó (Israel)” – Jr 30.7; a perseguição aos justos – os que optarem por amar a Deus, recusando-se a receber a marca da besta (Ap 13.16-18) e ainda o insuportável derramar da ira de Deus sobre todos os iníquos, em meio ao abalo do Universo (Lc 21.25,26; Ap 16).

Quando chegar o cúmulo do sofrimento, os judeus perceberão que foram iludidos pelo falso messias (Anticristo) e começarão a entender que o tão esperado Messias verdadeiro é o Senhor Jesus, a quem por tantos séculos rejeitaram (Zc 12.10-12) e com sincero e profundo arrependimento se converterão e clamarão a Ele. Então se dará...

D. A Volta de Nosso Senhor Jesus Cristo em Glória

“Eis que vem com as nuvens e todo olho o verá, até mesmo os que o traspassaram” (Ap 1.7).

Notemos alguns fatos atinentes:
1. Jesus virá em glória (Mt 24.29-30).
2. Os santos (a Igreja arrebatada) virão com Ele (Jd 14; Dn 7.10; Zc 14.5); 3. Ele virá tomando vingança contra os que o desprezaram (II Ts 1.6-10); 4. Virá para reinar e julgar as nações:

a. Condenará a besta (o Anticristo e o Falso Profeta), lançando-os no “Lago de fogo” (II Ts 2.8; Ap 19.15,19,20);

b. Aprisionará o Diabo (Ap 20.1-3);

c. Julgará as nações (Jo 3.9-12; Mt 25.31-46);

d. Instaurará o Milênio de paz e justiça, quando “a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as água cobrem o mar” (Ap 5.10; 20.4; Is 11).

D. Depois do Milênio

Depois do Milênio dar-se-á o Juízo Final, quando todos os ímpios, de todas as eras, ressuscitarão para comparecerem perante:

1. O “GRANDE TRONO BRANCO” (Ap 20.11-15), onde serão condenados os que em todos os tempos viveram em pecado, mas também os que viveram durante o Milênio, mas aderiram a revolta final de Satanás (Ap 20.7-10). O mesmo Satanás, com suas hordas malignas, será definitivamente lançado no inferno final, acabando-se, assim, a presença e a atuação do mal no Universo. Os salvos desfrutarão do gozo eterno e os perdidos sofrerão a eterna condenação.

2. A Eternidade

Os últimos capítulos do Apocalipse (21 e 22) dão o vívido retrato da última, derradeira, morada dos redimidos, classificada como “Novo céu e nova terra”, onde o mar já não existirá. Algumas das bênçãos antecipadas são:

a. Será tudo novo – 21.1-3;
b. Toda e qualquer idéia do mal estará banida para sempre – 21.4,8,29; 22.15. c. A presença de Deus será constante – 21.3; 22.3-5.
d. O rio e a árvore da vida garantem saúde para sempre – 22.1,2.
e. Não haverá ociosidade, fruto de tantos males (Ez 16.49,50; Ap 22.3).
f. Não haverá jamais qualquer maldição – 22.3.
CONCLUSÃO:

Queridos pastores aproveitem este conteúdo e promovam estudos bíblicos que despertem a Igreja para vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Que o Senhor nos abençoe! Maranata - Ora Vem Senhor Jesus!